quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Registro histórico de família: a chegada do seringal, há 29 anos

No primeiro plano, em cima do trapiche, meu pai o seringueiro Raimundo Nonato Alves, conhecido como Raimundo Foguista (O apelido vem de um tio seu que foi funcionário responsável em alimentar as caldeiras de um navio a vapor). No segundo plano da esquerda para a direita, a prima Sebastiana, Benenê(com 6 anos e já com esse apelido), Chiquinho(meu irmão), meu primo Nê, minha mãe Geralda com Rosineide no colo, Niste Araújo com Rosinete no colo, minha irmã Maria, meu irmão Antonio Estêvão e o primo Marquizio. Em frente a casa da Tia Maria Araújo. Foto: álbum de família. Feita pelo marreteiro Pilício. Julho de 1982.



Há exatos 29 anos, eu e minha família, saíamos da Colocação de Seringa Salobra no Seringal São Romão, em direção a Manoel Urbano recém emancipado.

Foram 4 dias de caminhada da Salobra até Manoel Urbano. No finalzinho da tarde do dia 4 de Agosto chegávamos ao destino final da viagem, além de meus pais, eu que vos escrevo, meus irmãos, Antonio Estêvão, Maria, Chiquinho, Rosinete e Rosineide, as duas irmãs ainda de colo.

No trajeto, a passagem por famílias de conhecidos nas Colocações de seringa, Floresta, São Romão, Roçado, Paranã, Grutião, Vale, Deposito, Bom Sucesso e São Luís.

Nos poucos apetrechos, um rádio e uma espingarda que o Florindo, piloto de avião que fazia o trajeto São Romão/Manoel Urbano, transportando borracha se dispôs a trazer para reduzir a carga que o Campim, boi de carga do primo Raimundo Araújo trazia.

A caminhada de 3 dias poderia ter sido reduzida a minutos, pois Florindo ofertou uma carona para a família fazer o trajeto mais rápido, porém meu pai, receioso da geringonça voadora, recusou a oferta.

Na cidade, o hábito de seringueiros em receber bem quem chega, nos valeu uma casinha provisória que era do Germano e da Tina, que tinham se mudado para Rio Branco há alguns dias. A construção de uma casinha de madeira roliça e coberta de palha, no final do varadouro onde hoje é a Rua Antonio Coelho de Brito, contou com a solidariedade de alguns murbanenses da época.

A mudança do seringal para a cidade, deu-se por convencimento de Tia Maria Araújo, que incentivou meu pai, seu irmão, a trazer-nos para os bancos de uma escola. Meus agradecimentos a ambos.

Minha sincera admiração ao marreteiro Pílicio que eternizou nessa foto acima, os últimos momentos da vida da minha família no Seringal.



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