terça-feira, 23 de junho de 2015

Em Manoel Urbano é proibido sentir dor de dente

Posto de Saúde Inácio Ribeiro, Centro de Manoel Urbano.
Posto de Saúde Josefa Nunes, Bairro São Francisco

Conseguir uma consulta odontológica nos postos de saúde de Manoel Urbano tem sido uma missão impossível. Os consultórios instalados nos dois postos de saúde do município estão sem funcionar não por falta de odontologistas, mas pela falta de equipamentos e materiais básicos de trabalho.

Informações de funcionários e usuários dão conta que o atendimento já não existe há mais de um mês. “Já estamos com mais de um mês nessa situação. Todos os dias, pessoas buscam atendimentos, mas nada podemos fazer. O que é passado pra gente da secretaria é que estão vendo a questão de licitação,” disse uma servidora de um dos postos de saúde, pedindo para não ter seu nome revelado.

O problema dos atendimentos odontológicos no município foi um dos temas discutidos na última Sessão Ordinária por alguns vereadores. Para Jefferson Magalhães, vereador do PHS, a situação chega a ser desumano. “No que se refere a questão da falta de atendimento odontológico, eu mesmo presenciei uma criança chorando com dores de dente em uma escola. Levada pelo professor ao posto de saúde, a dentista nada pode fazer pela criança a não ser receitar uma dipirona”, comentou o parlamentar em tom de desabafo.

Outro que não poupou criticas diante da situação, foi o vereador da base do prefeito Ale Anute, o presidente da Câmara, Raimundo Cipriano (Cocão), do PSDC. “Isso que está acontecendo é uma vergonha. É inaceitável que um produtor rural tenha que se dirigir à Sena Madureira somente para extrair um dente. Hoje mesmo vou me reunir com o prefeito para ver o que de fato está acontecendo”, disse Cocão.

OUTRO LADO

Procurado, o secretário de saúde do município Cleyton Marcio, assume que de fato não há atendimentos. Mas, segundo ele, o problema não é falta de materiais básicos, e sim a manutenção de três cadeiras odontológicas que por orientação do Conselho Regional de Odontologia (C.R.O) precisavam de manutenções. “O atendimento não esta acontecendo, não por falta de materiais básicos, esta situação já resolvemos. Na verdade fomos orientados pelo C.R.O a fazer a troca de algumas peças nas cadeiras odontológicas e também nos compressores de ar, as peças foram compradas fora do estado e com a greve da SUFRAMA atrasou ainda mais a entrega”, justificou o secretário.

Manoel Urbano tem uma população estimada em dez mil habitantes e conta com duas dentistas no quadro funcional do município. O problema da falta de atendimentos da saúde bocal dos murbanenses é ainda mais grave na zona rural do município, isso porque, desde janeiro de 2013, os ribeirinhos encontram-se sem nenhum atendimento.

Por Márcio Levy

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